Francisco de Assis não deveria ser lembrado apenas para e com a bênção dos animais de estimação.
E os animais que estão morrendo nas queimadas das matas e destruição dos manguezais em voltas das cidades?
E os animais que morrem nos rios com a mineração e os crimes ambientais?
Desculpem-me!
Quem vai tomar a bênção para os animais de estimação e não move uma palha para lutar contra as queimadas e destruição dos rios está buscando a própria condenação. “Ai de vós fariseus e hipócritas” que se dizem colocar Deus acima de todos e não se comprometer para que Deus esteja ao nosso lado.
E Deus somente estará do nosso lado na medida em que estivermos ao lado dos irmãos mais pobres, ao lado da natureza cuidando como se fosse nossa casa. E o é.
Não é possível ser devoto de Francisco de Assis pelas metades.
A decisão desse santo foi de uma radicalidade total. Irmão sol e irmã lua não é poesia romântica para aliviar nossa culpa.
É um hino de ruptura com o modus vivendi da burguesia representada pelo próprio pai, um mercador.
Por isso, saiu de casa retirando a própria roupa, dizendo assim que não compactuava com aquele modo de vida que escravizava os servos e os escravos, explorando os recursos da natureza para ter uma vida luxuosa.