Edebrande Cavalieri
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O Feijão e o Fuzil
Chegamos a um momento de tanta confusão cultural que nem sabemos se essa é a mais nova dupla de sertanejo universitário ou um novo tipo de culinária dos tempos pós-modernos.

Poderia ser outras duplas como o feijão e o arroz, por exemplo. Seria mais fácil para a gente visualizar no espelho da imaginação. Poderia estar na mesa sem maiores problemas, o que não acontece com a dupla o feijão e o fuzil. Parece que não tem nada a ver. Se olharmos bem podemos ter feijão preto, mulatinho, japonês, vermelho, enxofre, etc. Mas fuzil como seria? Que loucura seria mistura feijão preto com fuzil AR-15!

Talvez estaríamos diante de uma história de novela como o “feijão e o sonho”. Mas não nos parece possível uma novela com coisas tão distintas como essa que nos aparece em todas as mídias. Ou melhor, acho que o feijão está se tornando um sonho para tantas pessoas nesse país que seria mais adequado retransmitir a novela da dupla antiga. Talvez fosse melhor atualizar os personagens e o enredo.

O feijão é um dos personagens mais antigos da história humana. Parece que sua existência está registrada no Egito antigo e na Grécia. Então o feijão era personagem presente nas mesas dos faraós e dos filósofos. Nesse aspecto parece que não há a mínima possibilidade de combinar feijão com fuzil. Esse tem registro na história do século XX. Mesmo a mistura que o alimenta, conhecida por pólvora, data do ano mil depois de Cristo, e está em nome dos chineses.

Caramba! Novamente a China para atrapalhar a vida dos novos Rachid que vieram dos espaços urbanos do Rio de Janeiro. Por isso, os Rachid nunca abdicaram de rachar a pólvora que era encontrada nos diversos ambientes cariocas. Rachadinha é o diminutivo impróprio (ou próprio?) para a divisão da força desse bem que o torna poderoso nos morros cariocas.

Então uma alternativa para o feijão já conhecido historicamente pelo passado glorioso seria lançá-lo como candidato, não a faraó, mas quem sabe a presidência do Brasil nas próximas eleições. Não estou falando bobagens, pois outro personagem já foi elevado a candidato a prefeito de Vila Velha, no Espíito Santo, e ganhou as eleições. Não é, senhor Mosquito? Que dias de glória ne. Venceu facilmente todas as forças conservadoras e progressistas. Nem tinha plano de governo, apenas uma picada certeira nas noites escuras vividas pela população. Era um grito, e um voto na urna. E o Mosquito ganhou sem muito esforço.

Tentei durante muito tempo ver a possibilidade de combinar essa nova dupla que não é sertaneja e nem alimentar. Em vão! Talvez seria o momento de fazer dos caroços do feijão as balas lançadas por fuzis de solidariedade e na velocidade que lhe é própria para que dos morros e das favelas a fome desapareça, como acontecia nas mesas dos faraós e dos filósofos. Essa nova dupla ainda vai dar o que falar! E ser for elevado a candidato do Brasil terá muitas chances de vitória. O Mosquito já comunicou que não sairá candidato, mas o fuzil não tira essa ideia da cabeça. O fuzil está recalcado e não quer perder; até disse que irá autenticar o voto com pólvora.  Boa sorte, Feijão! O povo conta com sua majestade herdada dos faraós e daquela caverna de onde saíste para ver o sol.
Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 28/08/2021
Alterado em 28/08/2021
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