Edebrande Cavalieri
A escrita é a salvação do espírito, da alma e do corpo.
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Um centenário de amor ao conhecimento
O mundo inteiro reverencia uma das pessoas mais importantes da humanidade pelo trabalho desenvolvido no campo da educação. A empresa Google estampa a imagem desse brasileiro que nos honrou e nos honra o tempo todo. Hoje comemora-se o centenário do nascimento de Paulo Freire. Comemora-se o centenário de seu nascimento hoje, 19 de setembro.
 
Aquele professor à sombra das árvores nos sertões nordestinos, especialmente em Angicos ensinava e alfabetizava jovens e adultos de uma maneira muito motivadora e atraente. Era com um método que unia escrita e realidade. Só isso. Nada de extraordinário. Cada palavra geradora era colhida na vida cotidiana daquelas pessoas. Não usava uma cartilha estranha à vida.
 
Então por que trazer para a sala de aula, ou melhor, pra sombra das árvores, palavras como uva e ema? Nos sertões uva e ema e tantas outras palavras escritas nas cartilhas tradicionais eram seres estranhos. Melhor trazer as palavras “seca”, “água”, “plantação”, “fome”, “feijão”, “farinha”. Todas eram do conhecimento diário daqueles alunos. Então a leitura não é apenas um ato de decifrar símbolos linguísticos, códigos, sílabas, mas olhar para a própria realidade. A escola que alfabetizava nesse método levava as pessoas a reconhecerem sua própria vida.
 
Qual o mal nisso? Os oprimidos necessitam de uma pedagogia amorosa e assim conseguem libertar-se e não se transformar em opressor. Com isso, a relação entre o professor e aluno situa-se numa forma superior de amorosidade, onde o diálogo aberto, num processo empático recíproco entre eles os leva a libertar-se da relação dominadora. Os alunos eram encontrados em sua própria realidade e isso os deixava seguros, pois sabiam falar daquilo que viviam.
 
Não existe doutrinação nenhuma que consiga reverter os processos empáticos. A liberdade desenvolve-se na vida das pessoas envolvidas no processo pedagógico. Então o professor não terá aqueles problemas tradicionais da indisciplina, da falta de respeito, da violência e da trapaça nas avaliações. Em quase quarenta anos de magistério pude perceber como essa verdade é transformadora.
 
Os personagens do Brasil atual que estão combatendo a pedagogia freireana é porque seu objetivo jamais é a liberdade, mas a dominação, a trapaça, a mentira. São seres que querem preservar a qualquer preço a pedagogia bancária, dominadora, abstrata, chata. Jamais estão dispostos a uma relação pedagógica de amorosidade. Quando impera essa pedagogia opressora os alunos não avançam no conhecimento, apenas produzem o mínimo necessário para passar de ano. Não serão cidadãos, apenas indivíduos que desconhecem a justiça, a paz e a solidariedade.
Viva Paulo Freire!
 
Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 19/09/2021
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