Edebrande Cavalieri
A escrita é a salvação do espírito, da alma e do corpo.
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Mata-pau

Dizem que é nativa do Brasil,

também conhecida como gameleira.


Mas para mim é uma metáfora da sociedade brasileira.
Pessoas que germinam sobre outras pessoas,
nunca tiveram trabalho para crescer,
somente depois de grandes

colocam raízes na terra.


E engradecem-se como se fossem heróis da resistência,
mas escondem as árvores estranguladas com seus tentáculos
sufocando-as por cintamento.


O que será de nossas matas de pessoas que lutam para sobreviver
Enquanto outras vivem de suas seivas?
De seu sangue?
De seu suor?
De seu espírito?


Mata-pau pode dar até frutos bonitos e saborosos
mas em seu ventre o escatológico fede,
Os paus que matam se acham poderosos!
As matas podem acabar!
Resistem a caatinga e o serrado
pelo velho Chico abençoado.


O mata-pau terá enfim que suar a camisa
e trabalhar,
para se tornar, enfim, mata-fome.
Sem pretensão de ser caviar,
apenas feijão de corda e baião de dois.


A farinha socada no pilão!
A terra arada pelos bois!
O mata-pau, então, se transforma em justiça e pão.
 

Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 23/09/2021
Alterado em 08/12/2021
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