Viver e morrer!
Nos tempos em que se vive por aqui
Cada um busca isolar-se ou aglomerar.
Dois verbos, dois paradoxos!
Para uns nada mudou.
Para outros o mundo acabou.
A distância encurtada com redes
sas sem carne,
sem corpo,
sem espírito.
Muita bobagem escrita!
Muita malandragem dita.
Sem olhar os olhos que nos impõem outro rumo
vamos navegando, navegando, ondas e mais ondas
Nada parece estancar a sangria das mortes.
A carne enterrada!
Os amores interrompidos!
A vida calada.!
Nem lápide dá para se pensar!
Muito menos lugar para orar!
É preciso enterrar
sem tempo para esperar ou celebrar.
A cifra existencial
nos jogou num paradoxo
onde viver e morrer
parecem filhos de um mesmo ser.
A fé perde tempo
querendo abrir templos.
O que é preciso abrir?
Um novo caminho para se viver.