Quantas variações tem-se desse sentimento
que se torna até difícil defini-lo.
Foi a primeira coisa que cada um de nós fez.
E por que aquele choro no imediato do parto?
Não foi um “choro só”,
nem choro calado,
contido.
Foi um choro ouvido!
Sentido!
Bem estridente.
Era preciso chorar
como se fosse necessário acordar.
A manjedoura uterina de nove meses
nos moldou até onde pode
para outra realidade.
Que choque!
Agora outra quentura.
É preciso respirar.
É preciso falar,
mesmo faltando a fala.
O choro foi na verdade um grito.
Acordei!
O choro foi nosso primeiro contato
com um mundo desconhecido.
Talvez o choro seja o nosso desespero
Diante dessa mesma realidade,
um desejo inconsciente de retorno
abandonando esse desterro.