Nesses tempos de redes sociais
tornou-se trivial e obrigatório
parabenizar os amigos
que nem tão amigos são
pelo aniversário.
Coisa trivial e estranha,
que nos invade a cada ano.
Seria mesmo tão trivial?
Não!
Cada pessoa que nasce,
independente de ser crente,
é diferente.
Nem os gêmeos univitelinos
escapam dessa individualidade absoluta.
Não somos iguais, definitivamente!
Somos únicos!
Por isso duvida-se de uma criação do mundo
tópica, marcada num passado distante.
Aquele Deus não me traz possibilidade de crer,
pois me parece mais um mágico.
A criação seria contínua
e Deus seria o princípio de todas as coisas
não concluídas.
Assim dependeríamos
de um eterno principiar inesgotável.
A festa de aniversário torna-se dessa forma
um momento de reconhecimento desse principiar.
Isso não nos torna crentes
mas profundos respeitadores do mundo
que se dispõe para cada um de nós.
Aniversariar, então, deixaria de ser trivial.
E destruição do mundo, o pecado,
pois tudo é bom.
Assim com tantos crentes pecadores
deixamos o mundo na trivialidade permanente,
sem sentido e sem princípio.
Somos os novos Adão e Eva
que devoramos os frutos proibidos.
É preciso cantar parabéns para todas as criaturas
sendo o mundo o grande bolo de aniversário.