Imaginava que somente o tempo da adolescência
Poderia ser caracterizado como evaporação
Das diversas forças que se carrega na vida.
Imaginava que a vida até os sessenta
Deveria retornar àquela calmaria,
Imaginada sem se real,
Sem saturação.
Em vão!
O amor já não tem regras e nem limites
O sexo até parece animal
Os sonhos em profusão
Ainda pedem sua realização.
Chega-se a uma conclusão:
É o mundo que nos impõe o envelhecimento
Nossas organizações sociais e religiosas que nos descartam.
O mundo deseja a nossa morte.
Não suporta nossa vida.
Hoje descubro que sou perigoso,
E por isso eles me impõem o descarte.
Então o meu refúgio e minha paz:
Na poesia meu espírito
Se expõe
E voa pelo mundo
Em total liberdade.
Minh’alma, não sucumba nessa luta!
Só uma certeza:
Preparado para ser amante eternamente,
E poder gritar até não aguentar mais.
É preciso calar a voz hipócrita do mundo
E deixar ressoar a liberdade do poetar