Sempre achei que amar
obrigatoriamente fosse acompanhado de um objeto
que, direto ou indireto,
não alteraria o movimento,
kevaria o sujeito para além de si mesmo.
O amor poderia ser entre diversos tipos de pessoas
transitando entre homem e mulher, ou não,
mas sempre transitando.
Mas eis que se chega na ausência
onde o ato de levar
bão implica em algo a trazer,
nem fazer.
Apenas se vai.
Espera algo de volta?
Desista!
Nem voltará quem receber de ti um simples olhar.
Nem esse retorna.
Nem uma palavra retorna.
Parece que ninguém tem nada a oferecer.
Para além de si mesmo
nenhum horizonte.
O mundo envelheceu
Mas nem isso retornou.
Morremos em nós mesmos.
Nem Deus foi possível alcançar!
Apenas uma ideia inata dentro de si mesmo.
Então rezo a mim
pois tudo depende desse eu
que nem verso
consegue fazer,
Puramente perverso.
Se o amar de Deus fosse intransitivo
nada dia aconteceria.
Então, uma verdade:
Somente amar transitivamente
nos faz existir.
Tá difícil romper a perversidade humana
presente em cada esquina
em cada pessoa
que nem nos damos conta
que o caminho não pode ser via de mão única,
mas uma via de mão dupla.
Estamos doentes de nós mesmos;
moribundos no próprio umbigo.