Talvez nem os religiosos consigam penetrar
na profundidade desse fenômeno.
Quase somente se sabe apenas dizer “tempo do advento”.
Mas o que isso significa?
Um dia uma monja enclausurada me dizia
que nesse tempo nem cartas elas abriam
para não distrair a atenção.
Atenção a que coisa?
Sempre em silêncio.
A espera não podia ser perdida!
Não podia ser desviada!
Para os cristãos essa espera tem uma pessoa à frente.
Mas o que a espera pode implicar para quem não for religioso?
Esperar ou desesperar!
Hummmm agora começa a clarear um pouco.
O desespero nunca aparece como algo bom
e se opõe à espera.
Mas o que esperar?
Sempre colocamos coisas pela frente:
projetos, viagens, objetos, ganhar na loteria...
Mas a espera do inesperado
é o que se reveste de maior expectativa.
Hora de provar o improvável,
o mais imprevisível,
até fosse o impossível!
Parece que assim a vida se torna interessante.
Mas também poderia ser não encontrável,
até sem caminhos de acesso.
Em nossa liberdade
a vida se torna uma grande aventura.
Os vestígios dos caminhos nem sempre estão a nosso dispor,
e queremos seguir nossas estradas.
Nossa procura!
Sem paciência nos lançamos ao léu.
Apostamos no escuro!
A espera do céu!
Que não está ali adiante.
Talvez jamais o encontraremos
mas vale a pena seguir com fé.
Assim!
Na espera!
Os deuses não irão facilitar o caminho.
Daí construímos nosso caminho de liberdade.
Sem ter com quem contar.
Apenas esperar.