Edebrande Cavalieri
A escrita é a salvação do espírito, da alma e do corpo.
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Cartas de amor

Nas letras das músicas

de um passado bem recente

essa era a expressão mais presente

que demonstrava a força de uma relação.

 

Quem foi adolescente nessa época

há de confessar

como era bom ler e reler

textos cada um mais lindo que outro.

 

Guardados em cofres secretos!

Eram verdadeiros documentos do coração,

mesmo que fossem a partilha final

de uma relação desfeita.

 

Era preciso que ninguém descobrisse,

mesmo que fosse um amor às claras.

Mas havia paixões escondidas,

secretas,

e essas nem o carteiro entregando podia ser visto.

 

Pareciam ridículas!

“Porém não tive coragem de abrir a mensagem”,

pois também tantas cartas chegavam para por fim,

um ponto final.

 

Talvez essas lembranças sejam de um mundo que acabou.

Sem cartas e sem mensagem

pode ser que se viva num deserto sem linguagem.

Sem vida!

Sem mistério!

 

Se as cartas de amor eram ridículas,

mais ridículo ainda é o mundo

que acha que a outra pessoa deva adivinhar

cada parte de seu sentimento.

 

Parece-me que vivemos cada vez mais

na penúria do amor,

na solidão dos olhares

que dizem tudo, e nada.

E escorre para os mares

onde tudo vira onda,

vira moda.

 

Líquido.

 

Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 03/12/2021
Alterado em 07/12/2021
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