Nesse tempo natalino,
momento em que o capitalismo comercial
parece se revigorar mostrando seu lado felino
que tudo devora,
a troca de presente tornou-se coisa tão banal
que nem nos damos conta do sentido do presente.
Há quem nele comprova seu lado ausente,
durante o ano todo.
Quando a troca se sobrepõe ao sentido de gratuidade
o peso mercantil nos joga na mesma vala,
consumo.
Então o presente se transforma em apenas um produto
que adultos e crianças devoram
sem deixar rastros
daquele presente que se fez presença,
se fez graça,
se fez sagrado.
Como é profundo o movimento da escolha
de um simples objeto
que se transforma em símbolo,
rico e verdadeiro,
daquilo que sentimos pelo outro!
Ninguém escolhe como se estivesse numa feira
Comprando coisas de necessidade.
A obrigação da compra serve apenas
ao pior lado da vida,
a objetificação dos sentimentos.
A necessidade mais profunda,
mais verdadeira,
mais autêntica,
é aquela que vem do coração,
que vem da alma,
do espírito.
Então é Natal!
Verdadeiramente!
Para ser celebrado no altar da solidariedade!
Da proximidade!
Da Graça de Deus!
Ao dizer “Feliz Natal”
quer-se demonstrar esse sentimento profundo
da absoluta gratuidade.
O meu "Feliz Natal" a toda a comunidade
que compõe o Recanto das Letras.
Que todas as palavras dirigidas aos autores
sejam sempre expressão de sentimento verdadeiro!