Tenho admirado muito minhas mãos!
Admirado tantas mãos!
Diferentes das patas dos animais,
Em nós elas cumprem coisas demais.
Não sei porque nos incutiram que a cabeça é mais importante.
Não paro um instante
Sem usar minhas mãos.
Quantas vezes elas dissimulam nossa insegurança,
Segurando um copo de bebida,
Que também pode ser uma bengala.
O corpo desde criança
Está centrado nas mãos que seguram o peito,
Que se tocam livremente,
Que dispõem dos dedos como chupeta,
E dá segurança no engatinhar.
Hoje vi uma funcionária de supermercado
Que trabalhava no caixa passando as compras,
Sem embalador,
E sem uma das mãos.
Era quem fazia mais rápido o serviço
E ate me ajudou a abrir uma sacola
Pois eu demorava muito.
Então ter duas mãos a seu dispor,
Só em casos excepcionais na criação.
Merecemos tanta riqueza?
Temos dúvidas!
Então que se honrem as mãos:
Para comer,
Para acariciar,
Para rezar,
para elevar aos céus,
Para brincar,
Para tocar um instrumento,
Para o prazer.
As mãos foram feitas:
Para se elevar a Deus!
Para se enlaçar ao outro!
Para o amor.