Um lugar encravado na serra,
com matas e macacos barbados,
nascentes e pássaros cantando.
Ali dois sonhadores resolvem fincar moradia.
Seria um negócio,
mas encaminhou-se apenas para o ócio,
como lugar da pura contemplação,
de olhar os céus e a terra
na liberdade do tempo.
Não há uma única tonalidade.
O lugar parece uma grande orquestra
com todos os sons, e muitos desconhecidos.
O tom sempre agrega!
Caminhantes da vida
corrida e sem ritmo
ali se encontram para um "dolce far niente".
No tom só há um movimento,
aquele dado pela natureza.
O tom virou sinônimo de encontro,
de alegria,
de encontro com os deuses,
pois ali mais parece o Olimpo
que uma casa de inverno.
Daquele alto até o rio
encontra sonoridade com suas águas
caindo pelas cachoeiras.
O tom pode ser um som
ou uma cor.
Uma pessoa!
Mas nessa montanha o que há de verdade
são vidas que se encontram,
se enlaçam,
dando vigor ao palco
onde loucos almejam representar
as divindades sagradas
achando que ali encontram a salvação.
Para chegar ao tom da montanha
é preciso antes de tudo conversão.