Sua morte me tocou profundamente,
suas dores negras,
suas dores de mulher,
suas dores de lutadora.
Cada golpe sofrido,
cada soco no estômago
mais lhe fazia sentir a dor da fome.
Sua liberdade sempre foi a avenida,
o samba lhe dava alento.
Quanto sofrimento!
Hoje o melhor que o país possa fazer
é lhe pedir perdão.
Sempre em vida perguntou pela casa metralhada,
com seu grande companheiro teve que sumir desse país,
como migrante ficaram escondidos em Roma.
Era preciso cantar,
mas como sambar no exílio?
Peça perdão, meu país!
A mulher do fim do mundo
nos deixou órfãos,
com raízes arrancadas
pela estupidez humana.