Uma varanda parece que serve apenas a si mesma,
pois raras pessoas ali permanecem para olhar para fora.
Não é uma porta, e nem uma janela;
transição entre dois espaços.
Lugar ambíguo que suja mais facilmente
com todas as imundícies que vem pelo ar poluído.
Se for em Vitória,
a varanda só tem história de pó preto,
que brota em grandes ondas do porto de Tubarão.
Parece um deserto a minha varanda.
Areia preta em profusão.
Nesse deserto decidi levar vida,
para assim embelezar essa abertura pra rua.
A roseira ali pagando uma pena indevida,
mais me parecia uma forma de suplício
imposto a ela sem razão.
Até me arrependi de ter feito tamanha atrocidade.
Uma roseira numa varanda da cidade.
Holocausto da vida!
Hoje fui presenteado por ela,
Com rosas lindas abertas logo cedo.
Para mim, um sinal!
A vida sempre resiste!
Apesar de nós!