Foram as pequenas aberturas
Que deram início
À queda do muro de Berlim.
O mundo então foi erguendo outros,
Grandes e largos,
Intransponíveis.
Olhados na horizontalidade chão
Nenhuma esperança de outro lado.
A morte chão.
A cegueira chão.
Sem pontes ou elevados
Os muros cercam a vida
E asfixiam cada vivente.
Não há sol nascente,
Apenas sol a pino.
Nem sol poente.
Cercados, com muros cada vez maiores.
Parece ser o destino.
Levantar-se de pé,
Largar a zona ilusória do conforto.
Ou morto.
Na ponta dos pés,
Um ajudando o outro para alcançar mais alto
Então a fresta,
E por ela nos tornamos poetas
Para alcançar a vida da liberdade
E da paz.