Cada estação do ano sempre tem uma marca poética,
Podendo ser frio intenso ou calor escaldante,
Mas tantas vezes só prestamos a atenção para as flores.
Não nego e jamais deixarei de admirar cada pétala
No prado florido
Ou mesmo num jardim de pouco cuidado.
Hoje minha admiração se volta para o declínio,
Que pode chegar à queda,
Com folhas voando aos ventos
Ou frutas maduras dispostas
Em pencas ou sozinhas.
Elas são a expressão da pura doação!
A fruta que compro no hortifruti
Não tem o mesmo sabor
Daquela tirada no pé,
Na disputa com os passarinhos.
O ocaso então se faz tapete com folhagens
E enche as mesas com as frutas.
Do ocaso guardarei para sempre o sabor,
Com pouco calor,
Da brisa fresca que anuncia o inverno.
Do ocaso a vida renasce como semente
Ampliando o ciclo da vida.
O outono então se transforma no amor
Que produz mais frutos e sementes,
Para sentirmos todos os sabores.