O mundo perdendo as cores,
Extinção de tantas utopias,
Sonhos cada vez mais distantes,
Mortes cada vez mais perto.
O que nos resta?
Um desejo de fugir daqui,
Sem avisar para onde ir.
Sem deixar endereço,
para nada receber,
Disso que se chama dor.
Único refúgio seguro
Está numa fresta que me abriu porta da poesia.
Serei então um retirante poeta,
E meus versos irei deixando
Às margens do caminho que me resta.