A morte daquele homem na cruz
Não poderia passar como algo comum.
As cortinas dos templos rasgaram-se
Como se de dentro escapasse o sagrado.
Era preciso romper o que prendia.
A terra treme toda e se abre em grandes crateras,
As pedras foram rolando morro abaixo.
Os céus escureceram tudo.
Nem o sol continuou seu trajeto,
Com medo desapareceu dos céus.
A lua negou-se a seguir seu caminho.
Tudo treme ameaçando todos os viventes.
Tudo estava consumado nessa última hora.
A vida não suporta a insensatez,
Não suporta a injustiça,
Não suporta as cruzes dos calvários.
Tantos calvários pelo mundo!
A terra toda sente a destruição de tudo.
Os soldados covardes e os oficiais do governo
Defecaram nas próprias calças de medo.
Onde estavam os sacerdotes?
E os doutores da Lei?
Pregaram mentiras para o povo
Libertando Barrabás.
O mundo não se reconhece nas mentiras.
O Pai então recebe em suas mãos o espírito do Filho.
Só podia ser mesmo Filho de Deus!
Tudo está consumado!