Juntos, mas vivendo sós!
Naquela mesa aí em frente,
Todos aguardando a pizza tão desejada.
Tudo combinado com antecedência
Ou mesmo em cima da hora.
O grupo ia se encontrar numa noitinha.
Era desejo estarem juntos.
Muitas coisas pra contar.
Hora de sorrir e de divertir.
A demora tornou-se enfadonha.
E sem vergonha
Cada um foi buscando amparo no amigo oculto,
Que nunca nos larga,
Muito fiel.
Aguenta cada esbarro!
A mesa silenciou
O assunto havia acabado.
Mas não com o amigo oculto
Que cada um trazia na bolsa ou no bolso.
O que nos une deixando de ser o corpo,
O olhar, a voz, o sorriso.
O que nos une é um corpo também,
E cabe na nossa mão.
Único som: o dedilhar frenético incessante.
A voz sai nos dedos.
A câmera nos mostra como queremos,
E pouco de como somos naturalmente.
Podemos nos apagar,
Nos silenciar,
Até romper relações (?)
Sem sequer um olhar.
Nosso choro será ouvido apenas por nós.
Nossa dor sem remédio pra alma,
Apenas esgota ainda mais nossa existência.
Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 25/04/2022
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