Somos tantas cifras que nem mais nos identificamos,
perdendo a identidade de nós mesmos.
Se não bastassem as tantas cifras que possui o nosso corpo,
permeado por desejos e repulsas,
nossa alma insiste em ser translúcida,
mas nosso espírito amortece seu querer.
Somos mistérios de nós mesmos,
cifras de tudo e de nada,
pois sem mostrar a essência
tudo permanece mera aparência.
Cada ano que se passa
é como se postergássemos os nossos sentidos,
adiamos a luz do mistério.
Então seremos sempre cifras,
desafios de nós mesmos.