Edebrande Cavalieri
A escrita é a salvação do espírito, da alma e do corpo.
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A dor da terra

Dia limpo de sol e céu azul,

Ainda meio frio nas montanhas,

E um desejo no fundo do coração:

Subir ainda mais no alto

E de lá avistar o horizonte infinito.

Desejo de um êxtase místico

Para a pura contemplação.

Subida cada vez mais íngreme

Com pressa, muita pressa,

Tudo pode mudar.

Como? Lá de cima só se sente a eternidade,

O silêncio de Deus.

Mas....

Um grito forte ecoa ao primeiro olhar.

De onde vem?

Aqui jaz o silêncio!

Uma clareira enorme aberta na mata,

A pele vermelha sangrando,

Escorrendo em sulcos profundos,

Era uma cova rasa

E nela será construída uma sepultura

Em forma de casa,

Rica e bela,

Escondendo a dor da mãe terra

Por míseras trinta moedas

Aos moldes da venda feita por Judas.

Algozes e cúmplices da morte.

Traidores da deusa mãe.

Hoje meu grito:

Salvem meu Caravaggio!

 

Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 30/05/2022
Alterado em 02/07/2022
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