Volta e meia busco nas redes aquela música
Que no piano nunca cansava de tocar.
Parecia prenúncio do futuro a despontar.
Que os deuses me perdoem o desvio.
Era um adeus de verdade,
O mundo do trabalho sempre impiedoso
Devorando todos os tempos, os compassos,
Impedindo que as mãos se ocupassem de coisas mais nobres, mais sagradas.
Como sentia saber da surdez de Beethoven,
Porém suas mãos e dedos continuaram.
Era a arte sem adeus,
Mesmo escrevendo um lindo Adeus para mim,
Adeus ao piano.