Quando o tempo rompeu a consciência da idade,
Ao olhar para trás me trazem vagas lembranças.
O percurso feito não tinha nenhuma parada
Só lembro que a partida chegou ainda bem criança.
Os morros, os pastos e tantos córregos e riachos
Ficaram para trás com suas vidas rapidamente.
Nos livros enverei por tantas outras estradas
E com eles fui construindo a vida lapidarmente.
Ao final o silêncio inesperado da idade
Sem quase nada mais a ocupar a minha mente,
O senhor do tempo que estava sempre ausente
Voltou produzindo ecos cada vez mais fortes.
Ao ouvir seus sons agora em outra língua decifrável
Um sentimento de culpa por não lhe ter aberto a porta
O turbilhão dos afazeres era tudo que a vida comporta
Minha derradeira estação seja mais uma porta.
Então passarei pelo portal que dá na sabedoria
Já sei que serei recebido pelas musas inspiradoras da poesia.