Corpos em dor se arrastam pelas vidas,
Tantos a olhar esses corpos doídos,
Em cada olhar também uma sentença.
Corpo máquina, peças a trocar.
Quanta dor perpassa as articulações,
Tantas feridas chegam até a alma.
Corpos moídos, moídos pela vida,
Moídos agora pelo olhar frio e calculante.
Corpos entregues à própria sorte.
Então chega o seu momento para a sentença:
Senhor, duas opções, prótese ou dor.
Quanta dor sem poder encontrar alternativa.
O mundo desaba, é o fim do mundo,
Dos sonhos, da vida plena.
Mas alguém chega e toca você.
Agora sou meu corpo doído, moído,
Mas uma alma chega ao meu encontro.
Em cada toque, um carinho, um movimento,
O tempo sem pressa, um alento.
A nova phisis gerou um novo vigor
Que fez abrandar a dor.
Em cada parte tocada, uma anestesia.
Era um anjo que cuidava de corpos?
Não! Anjo que encontra você,
Com suas dores, seu nome se chama cuidado.