Edebrande Cavalieri
A escrita é a salvação do espírito, da alma e do corpo.
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Pets humanos, homens desumanos!

Uma cena inusitada tomou conta de um velório;

Um homem de cinquenta anos morreu infartado,

E sendo levado o corpo para o velório e sepultamento

O velho amigo fiel tratou de acompanhar o caixão.

Prostrou-se ao lado do amigo morto,

Observando cada pessoa que se achegava.

Alguns vinham como se estivesse batendo o ponto,

Outros como se ali estivessem para uma festa.

E ele ali ao lado do amigo morto,

Triste, muito triste, nem comida mais queria.

Estranhou que ninguém havia lhe dirigido pelo menos um pêsame.

Totalmente ignorado, ou achando que estaria aí de enfeite funerário.

Caixão fechado, orações de despedida,

Começam as pessoas a carregar o defunto para o carro.

Eis que rompe o cortejo fúnebre,

E salta para dentro do carro da funerária.

Seu desejo era seguir com o amigo até o fim,

Mesmo que tivesse que morrer também

E ser enterrado na mesma tumba.

Enquanto isso, os humanos transformam a vida num jogo,

Numa roleta russa,

Hoje sou eu, amanhã é você.

A vida continua.

Os humanos perderam sua humanidade,

Os animais ganham na solidariedade mais dura,

Aquela que nos liga à morte.

Doravante as capelas mortuárias deverão ser acessíveis

Para os humanos mais solidários na vida e na morte:

Os cachorros e outros animais.

Cuidado! Eles podem nos preceder nos céus.

Ops...eles vão para o céu?

Espero que Deus julgue de maneira justa toda a criação.

 

Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 25/07/2022
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