Como era único cada amanhecer naquela roça,
cenários de encanto mesmo morando numa palhoça
feita de estuque e chão batido.
Aquela neblina nos vales, cobrindo toda a vegetação,
como se estivesse prolongando o sono da natureza.
O orvalho que foi se depositando ao longo da noite,
ainda nessas manhãs continuava caindo sobre a plantação.
Correr pelas pastagens molhando os pés descalços,
era como se banhássemos a própria alma.
Cada passo dado, mais agua depositada nas folhagens.
O sol aos poucos rompia aquela imensidão branca,
acordando tudo o que era ser vivente.
Impunha sua força e seu calor,
fazendo evaporar todas aquelas gotículas
que não foram absorvidas pelas plantinhas.
Tudo aquilo parecia um grande jardim,
pois até as florzinhas
despontavam mostrando sua graça.
Ao som da orquestra feita pela passarada,
ainda em tenra idade,
parecia acordar num mundo feito todo para mim.
Hoje me descubro peregrinando na cidade
em busca do paraíso perdido,
pois lá era pura felicidade.