Naquele dia há meses passados,
Quando convivemos por alguns dias,
Passeando livremente pelas ruas
Com tantos latidos caninos
E você caminhava livremente feliz.
Cada cheiro diferente, cada esquina,
Cada latido de outro pet,
Tudo era expressão de seu reinado de liberdade.
Um duro golpe quando outro pet escapa da casa
E te ataca traiçoeiramente.
Que medo! Nesse mundo selvagem
Até os humanos se pegam sorrateiramente.
Você caminhava exausto e feliz pra casa.
Que susto!
Mas hoje ao nos encontrar, um latido pequeno,
Um cheiro nos meus pés,
E do frio da rua caminhamos para casa.
E de repente você se posta à minha frente,
Olhar penetrante, confiante, sem medo.
Por muito tempo nos olhamos, conversamos,
E vi no seu olhar tantas coisas que desejava.
Nossos olhares não eram expressão de briga ou de mando,
Olhar desarmado,
Apenas desejo de ser amado.
Sentia em você que algo de mim era desejado,
Seu olhar era de pura confiança.
Então passei a mão sobre sua cabeça,
Um carinho aceito e confirmado pelo olhar.
Enfim, sem latido, apenas sua fisionomia,
Apenas seus olhos fixos, confiantes,
Sem ataque e sem comando,
A pura liberdade na criação,
Expressão de amor entre humanos e animais.