Como nos enganamos!
Como nos acomodamos!
Como nos achamos seguros!
Que aquele amor seja para a eternidade?
A jura de amor na cerimônia,
Até que a morte nos separe,
Falácia para acomodação.
Quando se para de dizer “eu te amo”,
Quando a falta passa a ser banal,
Quando a presença não é essencial,
Quanto tantas coisas podem tomar tempo,
Roubando o momento do entrelaçamento,
Corpos separados vão seguindo em frente.
A vida então passa sem sentir,
Os beijos e abraços mais ausentes
A cama serve apenas sonhos.
A busca de alguém para estar presente!
Sem força, então, aquele amor
Já não existe nos corpos separados
Na cama adormecido fica apenas um.
O fim foi prenunciado naquele início
Deixando que se ficasse na indiferença,
Acostumando com a ausência.
Para acabar um amor
Basta apenas se acostumar com sua falta.
Outro então virá,
E o céu há de brilhar,
Outra estrela será a companhia.