Quando o mundo parece afundar sob seus pés
uma última tentativa vale a pena empreender.
Daquele meio das matas da Amazônia
Um poema explodiu como grito na selva.
Era uma grande selva vivida,
uma estrada sem retorno repartida.
As migalhas não mais eram suficientes a matar a fome,
num grito implorei o seu nome.
Mas você não ouviu o que eu gritava,
simplesmente ouvia a voz de si mesma.
Achava que o seu endeusamento era o ápice da gloria,
na verdade era um lamento de sofrimento.
Ouviste sempre a voz do próprio coração,
mal você poderia imaginar que não apenas era grito de alerta,
mas uma explosão de necessidades não satisfeitas.
E logo depois me viste partir sem nada entender,
deixastes a porta aberta,
apenas esperando que fosse voltar por ela.
Era uma saída em definitivo para a sobrevivência.
Ainda na selva ecoa aquele grito:
Por quê?
O grito poético eclodiu do chão duro da mata
ressoando em nossos corações.
Era tarde!