Desde pequeno na casa de meu avô
E na sala num lugar centralizado
Lá estava aquele relógio enorme
Com um pêndulo para a marcação das horas
E outro para a marcação dos minutos.
Deitado ao chão
Dormia olhando aqueles movimentos pendulares,
O que me deixava muito reflexivo,
Esquecendo do mundo ao redor.
Mal sabia eu que estava diante de um mistério,
Não apenas da física,
Mas também da mente.
Já os gregos diziam que o pêndulo não mente,
E responde às perguntar mediante um fluido universal.
Até os psicólogos tomaram o pêndulo como metáfora
Da pessoa que engole sapos,
Acumulando recalques e depois explode.
Silêncio e grito - a panela explodiu!
Hoje vejo como o pêndulo me ensina tantas coisas,
E me mostra como manter o movimento da vida,
Sem perda de energia,
Sem aquela explosão destruidora,
Deixando-me no silêncio para adormecer na paz.