A liberdade parecia tardia
Ou até que teria desaparecido no horizonte.
Esquecida nos porões de pólvora
Ela explodia no peito de libertos do pelourinho.
Dirigindo seus grandes caminhões,
Embrulhados em pano verde/amarelo
Ou seguindo o desfile de motos de altas cilindradas,
Esses mesmos homens imaginam outro país.
Aos gritos vão seguindo a massa impensante,
Convocados pelo ódio que põe sangue nas ventas.
A mediocridade que se diz autoridade
Esbraveja palavras de baixíssimo calão.
Seria um cagão?
Do exército foi obrigado a deixar o pelotão,
A reserva como capitão
Era o que lhe restava,
E assim foi galgando os degraus da mediocridade
E na política se fez mito.
Hoje seus seguidores se dizem enlutados,
Mas debocharam dos 700 mil levados à sepultura
Quando o mito dizia que jamais compraria vacina,
Pois era uma farsa a pandemia.
Então, meu país, o que tens a me dizer?
- É preciso que nenhum filho esqueça o pelourinho!
Pobres livres, ou livres pobres,
O que nos deve animar é a esperança
Da liberdade guardiã.
Depositaremos no teu altar
As ofertas do amor bendito,
A alegria de viver intensamente
Sem capitão maldito
Que do mato nos empurra para a escravidão.
Seremos então guardiães do direito
Com armas sem pólvora e sem punho,
Pois apenas tem a batida do coração.