Nunca podemos prever a queda,
Nem as suas consequências.
De repente nos tornamos brutos,
Mal educados e sem noção.
Homens perdendo a sensibilidade,
Sem gestos de delicadeza e generosidade,
Perdemos a capacidade de solidarizar-nos.
Não mais nos importamos com a dor do outro
Nem sua fome ou sua doença.
O que importa agora é colocar tudo acima.
Não apenas Deus deve pesar,
Até a arma deve ser apontada,
Em punho na rua ou na calçada,
Pois gente de bem precisa se proteger.
Chegamos ao fundo do poço.
Acabou a água, resta a lama.
Lama da mediocridade,
Da escrotice sem medida.
O amanhã aponta muito trabalho,
Muita coleta de lixo,
Lixo da desumanidade,
Da limpeza ao cultivo da bondade,
Da gentileza e da esperança,
Do amor em profusão,
Para superar a decadência humana
Que se fez poder.