Depois da seca impiedosa,
Desfolhando as árvores e secando rios,
Os pingos da chuva caem refrescando tudo.
Como as árvores andavam com sede!
O orvalho das noites apenas molhavam poros
Apenas serviam para não morrer.
Agora fartura de pingos.
Cada folha bebe o suficiente,
E disponibiliza o restante.
Não há barragens para armazenar pingos,
Nenhum acúmulo permitido.
Depois do suficiente, tudo escorre.
O mundo é mais solidário que pensamos.
Cada pingo cumpre uma função social
In natura. Em essência.
Pingos aos poucos ou em turbilhões,
Todos ao bem comum das folhas,
Ao bem comum das plantas,
Ao bem comum da vida.
Quando a chuva cai,
Comunidades de pingos,
O mundo então se regozija
E festeja com o balé,
Dançarinas da solidariedade,
Natureza em plena festa.