Em cada família, uma tradição,
Um costume que fica marcado,
Num tempo sagrado.
Mas o mais santo desse dia era a espera.
Um ano cevando aquele peru mais imponente
Ouvindo sempre ela dizendo:
- Vamos cuidar dele muito bem
Pois será nosso almoço de Natal.
A véspera era de muito trabalho,
Todos ajudando,
Em volta de uma grande mesa
A massa do capeletti esticando.
E aquele recheio!?
Num piscar de olhos, um bocado no estômago.
Ninguém percebeu?
A boca cheia denunciava.
Natal era fartura, tinha recheio de sobra.
Depois de tudo, o fogo à lenha,
A fumaça branca, prenúncio da graça.
Tudo pronto, em volta da mesa,
Sempre mais alguns agregados,
A fartura desse dia era convite aberto.
Assim o Natal era esperança e graça,
Fartura e comunhão,
Alegria e paz.