Edebrande Cavalieri
A escrita é a salvação do espírito, da alma e do corpo.
Capa Meu Diário Textos Áudios Fotos Perfil Livros à Venda Livro de Visitas Contato

Tristeza

Quando me olho no espelho

E não me reconheço.

Meu olhar fica distante,

Então estremeço:

O que foi?

- Nada!

Ou:

- Tudo!

A dor advinda desse lugar,

Um não lugar,

Um desbotamento infinito,

Faz doer cada pedacinho de mim.

Mas a pior dor está por dentro,

Sem saber exatamente onde,

Na alma! Talvez.

O mundo perdeu as cores,

A vida perdeu o encanto,

O mundo parou.

Nem as palavras aparecem,

Tudo emudece,

O silêncio é ruidoso,

Corrói os ouvidos da alma.

Até o sono desaparece,

A lei do silêncio não vale nessa cidade

Chamada tristeza.

Seus decibéis são imensuráveis,

Destroem os encantos da vida,

Aniquilam a vontade de se mover.

Tudo se move centrifugando,

Misturando coisas e não coisas,

Tudo e nada.

O outro mundo segue normal,

Sua rotina desatenta,

Indiferença geral,

A dor da alma imperceptível.

Então chega a dor suprema,

E se recolhe num amontoado inerte.

Cobre com seu manto fúnebre.

Do nada uma deusa!

Ela chega toda sem suspeita,

Dispõe seu colo com muito amor,

Recolhe toda dor

Transforma cinzas em poemas.

Então tomarei cada verso

Como se fosse um comprimido de alegria.

Essa companheira se faz poesia

E me eleva do chão mortal

Para voar, voar, voar.

 

Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 21/12/2022
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Comentários