Pequena, talvez,
Sem medida,
Reluzente em qualquer cor,
Sempre prestes a se tornar excesso.
Era o que faltava,
E transborda em profusão.
Da chuva uma molécula poética,
Seu tilintar na goteira,
A soleira encharcada.
Medida de remédio,
Num conta-gota esculpido com esmero,
Abandonada em prol da cura dura,
Comprimido levado pela água,
Fim do sabor,
A gotinha do Zé.
Ah! Se a vida em gota
Me elevasse na fé,
Na sabedoria dos tempos
E me desse o gotejar do caminho,
Pelo caminho,
Em forma de poema.
Desejo em gotas!