O peso mais nocivo não é aquele que te esmaga.
A morte liberta!
Como terminam as relações?
Não decorre daquele fato explosivo, sem controle.
As relações acabam nos detalhes,
No silêncio amargurado,
Na dor sem gemido,
No grito silenciado,
Na repetição natural,
No deixar pra lá em nome da "paz".
Um amor suporta pouco,
Não é virtude altruísta pra chegar ao céu.
O amor não cabe na fé.
Muitas vezes o fim de um amor é imprevisível,
Improvável,
Sem razão imediata.
O risco das pregações religiosas está na morte.
O preço da união não pode ser a morte de um.
Ou se vive para a liberdade,
Ou se morre em cada segundo,
Em cada palavra mal dita,
Maldita hora.
Bendito o amor que se redime em cada segundo
E não a submissão "para sempre".
A morte não é apenas biológica dos moralistas.
É também morte psíquica.
Então, a separação é a salvação.
É preciso que as duas partes vivam,
Para conviver para sempre.