A experiência da pandemia foi única para cada pessoa,
Que no seu recanto amargou de tudo:
Dor, solidão, solidariedade, isolamento...
E também divertiu-se de maneira cruel
Como Nero vendo Roma sendo devastada pelas chamas.
A pandemia não foi apenas morte,
Também deu origem a muitos processos novos,
E para tantos representou a abertura do caminho das palavras.
A escritura tornou-se barco salva-vidas!
Lançando-nos no oceano das palavras,
Enveredamos pelas folhas da poesia,
Elevada da poeira triste do deserto solitário.
As lágrimas fizeram-se frutos para aqueles que sobreviveram.
Então um grupo de caminhantes da palavras
Buscaram nas cicatrizes pandêmicas
O fênix de um novo amanhecer.
Viva, então, poetas e poetizas desse país!
Nesse bote salva-vidas encontro-me amparado -
As velas transformaram-se em poemas formando uma orquestra,
As "Cicatrizes Pandêmicas" entoadas numa mesma melodia,
E as palavras transformarem-se em livro,
Memórias de tempos sombrios.