Edebrande Cavalieri
A escrita é a salvação do espírito, da alma e do corpo.
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A morte dos professores
Até pouco atrás, um sonho!
Junto com o padre, era o referencial do lugar.
Médico e delegado completavam o quadro.
A escola estava ao lado da Igreja,
Lugar também santo e santificado.
Suas aulas eram dadas sobre um tablado,
expressão da superioridade do saber,
Autoridade inconteste.

Esse tempo virou estória da carochinha,
Nem lampejos da época de outrora.
Agora professores tombam nos corredores,
Em suas salas e nos pátios.
Pais em casa a ensinar como atirar,
Para se defender (?)
E liberam suas próprias armas
Juntos com os livros nas mochilas.

É preciso destruir o que resta de capital moral.
É preciso limpar as salas de aula,
É preciso acabar com quem é a antítese,
Antítese do caminho nazista.
A força das palavras difamatórias e ofensivas
Transformadas em palavras de ordem
Do poder fascista.
Agora são as balas de pistola.

Por que matam os professores?
Para diluir seu sangue nas fezes da intolerância,
E jogar no esgoto do vale tudo
E assim dominar o mundo.
A razão adormecida paga caro,
com a própria vida.

Matam-se professores!
Escolas são demolidas!
O edifício da civilização está ruindo.
Acordemos, pois já está ficando tarde.
Amanhã cada um de nós poderá estar sendo enterrado
Na vala da bestialidade.
Ergue-se do mar de lama
A nova besta portando armas.
Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 31/03/2023
Alterado em 31/03/2023
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