Tempos líquidos!
Tudo parece escorrer na correnteza da vida.
Tem horas que vira tempestade
Arranca tudo que vem pela frente.
Uma tempestade dá inúmeros sinais,
Nao chega do nada.
Aqui chegamos:
Não se tem mais tempo
Porque também o tempo é evaporação.
A quietude de uma era,
Pura quimera.
Tudo explode e se dissolve.
Onde fica o tempo para amar?
Cada vez mais difícil achar
E quando se encontra
Em pouco tempo ele se vai,
Na correnteza também.
O amor não é a solidez resistente às tempestades.
Ele derrete facilmente
Nas ocupações diárias
Nas relações conexas
Nos anexos que se carrega a tiracolo.
O amor que não se cuida,
Ele se vai
Num piscar de olhos.
Fodam-se as paixões,
Produtoras de ilusões.
Amar se faz em mão dupla,
Jamais na contramão.