O sistema nos impõe uma igualdade,
Uma obrigação generalizada,
Um dever que deve ser cumprido,
Para esse dia de celebração da vida.
Cada mãe tem sua singularidade,
Tem suas dores,
Tem suas alegrias,
Tem seus sofrimentos.
Quantas lutam contra algum tipo de doença!
Quantas sofrem vendo algum filho que se desviou
E caiu no inferno do sistema prisional!
Quantas lutam para garantir um pouco de farinha,
Um punhado de feijão,
Tendo que fazer milagre da multiplicação do alimento
Em todos os dias. Os pães acabaram! Os peixes também.
Como era fácil pegar um anzol e ir à beira rio
E pouco depois voltar com uma fieira de peixes!
Ou entrar na mata e trazer palmito de várias qualidades!
As mães das cidades estão numa luta desigual.
Como educar os filhos se precisam trabalhar todos os dias?
Agora são obrigadas a ouvir autoridade
Mandando seus filhos trabalhar e estudar.
Muito fácil para essa turma da classe média
Que conseguiu subir um pouquinho na vida!
Minha homenagem não tem flores,
Mas tem perfume,
Tem dores
Mas tem muita fé.
Um abraço carinhoso a essas mães da cidade.