Vontade de chorar muito,
Deixar as lágrimas caírem ao chão livremente,
Sem lenço pra secar,
Mesmo sem ombro pra escorar.
Vontade de chorar sozinho,
No escondido do meu ser,
No silêncio da minha dor.
Sem plateia!
Nada de confessores,
Nem defensores.
Vontade de chorar bem livre,
E que ninguém nunca venha a saber.
Não quero ninguém se compadecendo,
Pois tenho força para estar só,
Chorando.
Ao chorar contemplo minhas lágrimas,
Brilham como cristais.
São pérolas cultivadas pela dor,
Relíquias de um tempo que se foi.
Não quero guardá-las em lugar nenhum.
Quero que cada gota seja semeada pelo caminho
Como versos que deixo no caminhar.
Na dor caminho sem parar,
E me embalo em meus poemas,
Mesmo molhados de lágrimas.