Minha alma chora de dor,
Prantos que ninguém vê,
Nem pode se compadecer,
Recolhido em meus cadernos,
Escondo-me de mim mesmo.
Mas confesso desesperado, na escrita.
Qualquer pedaço de papel se torna confessionário.
Como esse mundo é cruel!
O desespero chega ao ponto de por fim,
Mas o medo ainda maior da dor final
Me faz retornar ao confessionário
Que me ouve sem me julgar.
Te vejo chegando cedo e me acordando,
Me acolhendo no frio das madrugadas,
Me aquecendo com seu calor.
Recolhe de meu rosto as lágrimas
Guarda-as como diamantes de brilho especial.
Nos momentos de maior solidão,
Naqueles silêncios que parecem eternidade.
Seus pequenos passos em minha direção,
Pequena inspiração, sem tanta festa,
E você em frente a me oferecer o primeiro verso.
Meu alimento matutino que me faz abrir os olhos,
Olhar o mundo e ainda enxergar luz,
Ver o sol raiando mesmo lento,
E você a me elevar em forma de poema.