Edebrande Cavalieri
A escrita é a salvação do espírito, da alma e do corpo.
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Saudade da paz

Um mundo cada vez mais entrincheirado,

Cada vez mais armado para a guerra,

Qualquer lado se acha com a verdade,

Qualquer prognóstico cai no erro.

 

Países de qualquer continente,

Povos de qualquer etnia,

Todos defendem sua soberania,

Que se estende para além do que lhe pertence.

Cada um se torna refém da própria verdade,

Absoluta, mas sem critério de validade.

No grito ou no tapa a força se impõe.

 

Saudade daquela paz serena de outrora,

Que se estendia no silêncio da lua cheia,

Ou mesmo no escuro das noites estreladas.

 

Saudade daquela paz que nutria os corações,

Que elevava em forma de orações

O ardor da fé que se estendia como graça

Compartilhada com todos.

 

Saudade da paz sem arma,

Das palavras desarmadas de outrora,

Dos dias ensolarados do meu lugar.

 

Saudade da paz vivida da criança,

Dos sonhos sob a forma de esperança,

Do Papai Noel que sempre vinha com graça

E de graça enchia nossas mentes infantis.

 

Saudade da noite do meu bem, né Dolores?

Com rosas as mais lindas que houver

Para enfeitar a vida mesmo envolta em dores.

E assim esperando a volta daquele barco

Chegando ao remanso do mar calmo

Cumprimentando a terra que se pôs à espera

E dispõe-se em forma de elevação.

 

Ainda vale qualquer oração?

Transformou-se o altar de Deus num palco de sangue

E seu santo Livro em arma de guerra.

Saudade também do templo sem armas,

Dos púlpitos sem guerra,

Das vestimentas da paz infinita,

Somente assim teremos salvação.

 

Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 15/06/2023
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