Vida em desespero
E luta para sobreviver.
Quando não nos calam diretamente,
Tipo “cala a boca”,
Olham-nos com indiferença,
Sarcasmo ou deboche,
Quase sempre.
Por que aquelas “olhadas”
Tão diferentes, dizendo tudo e nada falando?
Esperam que ainda concordemos:
- Sim, senhor! Não, senhora!
Ou que cumprimentemos aos moldes de:
- Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Nunca mais isto!
Nossa voz cala o peito,
Diante da impaciência permanente,
Não suportando nosso modo de falar.
Então nos mata?
Gritam conosco no cotidiano institucional,
Quanto às pessoas brancas, tratadas com brandura.
Sua língua é uma chibata!
Por que tudo que fazemos está errado,
Ou que precisa de pequenos acertos?
Impõem o silêncio a qualquer preço.
Os novos instrumentos escravocratas
Dissimulam o poder de mando,
E a obrigação de silenciar.
Chega! Basta! É preciso gritar!
Gritar mais alto! Nada de “boas maneiras”.
É preciso reagir à chibata da linguagem,
Ao tão falado “racismo reverso”.