Somos seres profundamente sedentos,
Famintos de amor,
Carentes de atenção.
O desespero toma conta,
Contudo cada um olha apenas para o que lhe falta.
Nunca se dá o trabalho de disponibilizar o que tem.
Somos seres perversos,
Não apenas entre estranhos,
Mas no próprio seio familiar.
Seria um índice do vazio que nos cobrirá para sempre?
Ou um momento da força egoística?
Talvez estejamos no caminho errado.
Não esperar o que não virá,
Mas viver o que nos restará.
Talvez seremos felizes na vida distante,
No abraço ausente,
Na mudez das palavras.
Então o nosso silêncio ecoará nas profundezas,
E o mundo ganhará um som da saudade,
Apenas.
Tarde demais!