Em vão insistimos que as madrugadas sejam frias,
Vazias e sem movimentos,
Apenas sonhos e balbucios.
Nos impuseram medo da noite,
Mas nunca nos disseram como era a noite,
Temiam que fôssemos preferi-la ao dia.
Aos poucos fui rompendo o vazio da escuridão,
Fui acendendo luzes nos caminhos,
Clareando os passos notívagos,
Em busca dos seres amados.
Descobri que o poetar precisa do silêncio,
Do repouso inspirador,
E nesses caminhos fui descobrindo tantos andantes,
Que fazem a vida mais bela,
Que nos elevam na natureza calma
E nos transportam para novo patamar da existência.
Só haverá noite mal dormida por opção,
Pois para ser poeta é preciso muito mais que escolha.
É preciso viver no tempo da pura inspiração,
Da calma que as madrugadas nos concede.