Questão que sempre me acompanhou,
Atormentou em determinados momentos,
E quase sempre sem respostas.
O que eu pensava que era,
Logo depois desmoronava como castelo de areia.
Vivi inúmeras crises existenciais por causa disso.
Acho que hoje descobri quem sou:
Não sou um,
Nem único,
Nem um nada.
Sou muitos!
Entenderam?
Quanto sento à mesa,
Sentamos juntos,
Criança, idoso, adulto, mulher, homem, etc,
Eu sou o avô,
Mas também sou o pai,
E também o filho.
E até o filho que ainda não veio.
Eu sou o passado sem início
E o futuro sem fim.
Nessa mesa chamada vida
Sentamos todos.
Em meu corpo todos habitam ao mesmo tempo.
Meu coração bate por todos, então não é meu.
É nosso! Pulsa o nosso sangue.
Será que isso é loucura?
Que seja! Melhor assim,
Vivo numa comunidade de pessoas,
Todos entrelaçadas, loucas,
Entre todos os tempos
E todas as gerações.